sexta-feira, 2 de julho de 2010

a favor do vento

E pouco a pouco vou deixando de lado todo o peso que inutilmente carreguei ao tentar guiar a vida sempre contra a maré. Agora, leve, levo quase tudo de mim para outra direção. E redireciono o rumo não por fraqueza, pois força pra remar ainda tenho - até hoje não deixei o barco afundar.
Cansei é de ser tempestade, de fazer vendaval. Desgaste vão. No meu desassossego, muito pouco encontrei e quase nada restou: restava eu sobrecarregada apenas do silêncio que grita, do vazio que dilacera - peso oco. Da turbulência, por hoje, me despeço. Encontro consistência na leveza. Só quero ir sendo, andar a favor do vento: aceito, agora, a brisa leve de braços abertos.


"Muito tempo eu andei contra o vento
Mas agora é hora e mudar
Pois o contrário de nada é nada
E assim não se sai do lugar

-

Quando a mente está em pleno silêncio
Não está nessa, e muito menos naquela
É aí que você pode então escolher
Quem conhece bem o branco e o preto
Já viveu e já morreu no caminho
Está pronto para as cores do sol receber"

O contrário de nada é nada, Os Mutantes.

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