sábado, 21 de fevereiro de 2009

notas a (mais) um idiota

Chegou invadindo assim do nada, fez mudar tanta coisa e depois desaparece como se nada tivesse acontecido... me diz, pra quê? "Pessoas que somem não são confiáveis", como disse Fernanda Young. Aliás, poderia citar várias coisas incríveis já ditas por ela sobre essa mesma situação, seria até mais prático, me pouparia de perder ainda mais tempo com inutilidades, mas, não, prefiro que sejam palavras minhas, palavras simples, diretas e, sobretudo, honestas. Podes até procurar motivos para duvidar, mas eu fui honesta o tempo inteiro - honesta e ingênua, ao acreditar que a honestidade era recíproca. Logo eu, que sempre medi tão bem minhas palavras, e sempre encontrei o conforto e a segurança que precisava em quase todos os escudos que criei: sendo fechada, de certa forma permanecia ilesa, embora sufocada, e ao abrir-me demais a alguém que simplesmente não estava disposto a corresponder da mesma forma, restei ferida com as minhas próprias palavras.
É que, sabe, quando falam que gostam de mim, eu acredito - desde cedo fui ensinada a não falar o que não se sente verdadeiramente, "brincar com os sentimentos dos outros é coisa feia", me disseram. E o que espero daqueles que dizem gostar de mim é, no mínimo, que demonstrem. Atitudes valem mais que palavras, já ouviu dizer? Nem precisa ser grandes demonstrações, um simples gesto, um simples abraço, uma simples ligação para justificar o sumiço - eu nunca pedi muito, mas merecia um pouco mais. E tudo o que tive foram algumas poucas palavras vagas, vazias, soltas da boca pra fora... palavras fáceis de alguém que simplesmente não se importa, e nunca se importou. O erro foi todo meu, eu sei, ao esperar demais. Mas não se preocupe, nem se desculpe: de ti, não espero mais nada.

Aos demais seres do sexo masculino (idiotas, em sua maioria), fica a dica:

1) Nunca subestimem a força de nenhuma mulher que já foi enganada, usada, magoada ou qualquer outro desses adjetivos para quem aparentemente está na fossa - no fundo do poço sempre tem uma mola.
2) Acreditam em karma? Nem eu. Mas até Justin já cantou pra Britney a velha história de sempre "What goes around, comes all the way back around", e, quem diria, ela já ficou gorda, careca, louca e sozinha. Coincidência? Vá saber. Lei da vida, suponho. E, fiquem sabendo, ela sim é irônica e sempre se encarrega de dar o troco.

Desabafo mulherzinha-minha-vida-é-uma-novela-mexicana, mas hoje acordei meio Paola Bracho, mesmo.

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

quando o carnaval chegar

2009 mal começou e, por enquanto, tudo que me trouxe foram dias de tédio e monotonia. Tento ser compreensiva, tenho um ano inteiro pela frente e amanhã começa o carnaval. Mas o que fazer quando se desaprende a entrar no ritmo? Desaprendi a dançar a dança daqueles que fazem da vida uma folia. Já foram tantos carnavais e vendavais, que tudo o que eu quero, agora, é um pouco de sossego e brisa leve. Prefiro ficar só, prefiro a quietude e, confesso, a monotonia nunca foi tão bem-vinda. Calmaria, sim; tristeza, não. Eu não quero é entrar na folia, meu bem. Já não sei cair no passo, nem vou deixar o frevo rolar. Quero, enfim, um pouco de paz. Todas as fantasias se perderam, mas eu, Colombina desconcertada, desritmada, fico aqui no meu canto, apenas vendo a banda passar.
"Terminado o Carnaval, eis que nos encontramos com os seus melancólicos despojos: pelas ruas desertas, os pavilhões, arquibancadas e passarelas são uns tristes esqueletos de madeira; oscilam no ar farrapos de ornamentos sem sentido, magros, amarelos e encarnados, batidos pelo vento, enrodilhados em suas cordas; torres coloridas, como desmesurados brinquedos, sustentam-se de pé, intrusas, anômalas, entre as árvores e os postes. Acabou-se o artifício, desmanchou-se a mágica, volta-se à realidade." E, agora, eu prefiro nem sair dela. Chega de artíficios, brilhos e alegorias, chega de tanta cor, quando tudo que se enxerga é preto e muito branco: o carnaval terminou.

"...e eu tenho tanta alegria, adiada, abafada, quem dera gritar."

mas agora eu só quero é calar.